(Comemorações, São Paulo, agosto de 2011)
Acho que poucos sabem, mas muitos descofiam. Então, eu mesma confesso. Esse sorriso zen esconde um mar de inquietações e expectativas frustradas. Sim, eu tenho longos dias de insegurança, medos e baixa autoestima.
No fundo, não temo pelas expectativas de terceiros, mas por aquelas que eu mesma estabeleço. Então, entrego meus pontos. Não consigo acordar cedo, nem malhar religiosamente, nem abandonar a sobremesa ao final da refeição, nem ter uma excelente didática todos os dias, nem deixar de esperar... É assim que vou levando. Sei que em alguns dias sou pura determinação e, em outros, sou o retrato da indecisão.
Nessa inconstância, não sou nenhum "case" de sucesso no mundo profissional e nem a "mulher que você sempre sonhou". Nem tenho a pretensão de sê-lo. Sou apenas assim. Mãos delicatas, que são também lâminas afiadas. Eu afasto, mesmo quando tento aproximar. Cometo erros, quando tento instensamente acertar. Desisto, quando deveria insistir. Meus planos perfeitos raramente funcionam e a vida me surpreende com alguma frequência.
Assim, estou me adaptando aos sucessos e fracassos, simultâneos e diários. Cultivo ódio e admiração por onde passo. Penso que são dois lados da mesma moeda. Apenas sigo... só não quero passar despercebida aos seus olhos.