sábado, 29 de dezembro de 2012

O fim do mundo...


O mundo Maia já havia acabado séculos atrás por armas e germes, por isso ninguém sabia exatamente o motivo... Os maias estavam prevendo o fim do mundo ou faltou espaço para seguir com o calendário? De qualquer forma, o assunto nos últimos dias de 2012 era o possível fim do mundo. Alguns preferiram ignorar a data. Outros se refugiavam em cidades místicas. Havia ainda os que preferiam reunir os amigos naquela noite e comemorar pela última vez.

No dia 21 de dezembro de 2012, ela saiu decidida! Se o mundo tivesse que acabar, seria em grande estilo. Colocou aquele "vestidinho preto" e saiu meio sem destino. Decidiu que passaria o fim do mundo sozinha! Afinal, poucas pessoas sabem apreciar o prazer da própria companhia com a devida intensidade.

No prazer solitário de uma boa taça de vinho, muitas coisas vieram a sua mente. Pensou nas pessoas maravilhosas que tivera a oportunidade de conhecer. Recordou os lugares que havia passado e de tantos outros que seguiam na lista de destinos. Comemorou as pequenas e grandes vitórias do ano.

Lembrou com carinho de seus ex-amores e dos bons momentos compartilhados. Ela havia feito inúmeras pequenas loucuras por amor e sentia orgulho de tanta coragem e ousadia. Sempre foi precipitada, o que lhe conferia méritos e fracassos. Algumas quedas foram altas, mas ainda estava de pé. Lamentou pelos erros, mas não permitiu que a culpa ficasse por muito tempo naquela última noite.

Colocou seu sorriso mais bonito no rosto ao som de "I still haven't found what I'm looking for". Afinal, nem ela mesma sabia o que estava procurando. Respirou fundo quando percebeu a aproximação de um estranho. Mulher sozinha sempre chama atenção! A lenda urbana as rotulam de presas fáceis. Após a longa reflexão, chegou a conclusão que a vida precisava seguir... pelo menos até o mundo acabar!

O ÚLTIMO DIA (Paulinho Moska)
http://www.youtube.com/watch?v=Zb4eqZqCZFo

Meu amor
O que você faria se só te restasse um dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz o que você faria
Ia manter sua agenda
De almoço, hora, apatia
Ou esperar os seus amigos
Na sua sala vazia
Meu amor
O que você faria se só te restasse um dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz o que você faria
Corria prum shopping center
Ou para uma academia
Pra se esquecer que não dá tempo
Pro tempo que já se perdia
Meu amor
O que você faria se só te restasse esse dia
Se o mundo fosse acabar
Me diz, o que você faria
Andava pelado na chuva
Corria no meio da rua
Entrava de roupa no mar
Trepava sem camisinha
Meu amor
O que você faria?
O que você faria?
Abria a porta do hospício
Trancava a da delegacia
Dinamitava o meu carro
Parava o tráfego e ria
Meu amor
O que você faria se só te restasse esse dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz o que você faria
Meu amor
O que você faria se só te restasse esse dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz o que você faria


domingo, 16 de dezembro de 2012

Sumiu?


Semana passada encontrei uma amiga muito desapontada com um típico comportamento masculino: o sumiço. Ela começou a relatar detalhadamente a sua história.

Era verão, mas podia ser em qualquer estação do ano. Eles se encontraram ao acaso num bar qualquer. Foi um evento pouco provável. Um rápido contato, um sorriso e uma porta aberta. A sintonia era inegável, apesar da distância, do passar dos dias e dos tantos desencontros da vida. Nesses encontros esporádicos, ela começou a cultivar a esperança de que poderia dar certo.

Depois do último encontro parecia que tudo iria se encaixar. Havia um esboço de planos e uma agenda em comum! Foi então que, sem aviso prévio ou mudança de comportamento, ele desapareceu. Não deu motivos. Não disse adeus. Não deixou um bilhetinho azul. Apenas sumiu do mapa.

Nelson Rodrigues diria que ele foi comprar cigarros e nunca mais voltou. O dramaturgo conhecia bem a natureza masculina. Sumir é mais fácil do que encarar a verdade. Ele preferiu o silêncio, sem saber que o silêncio é a mais dura das respostas. Significa a indiferença de quem nada sente. A forma mais covarde de terminar uma quase-relação sem se posicionar.

Ele não respondia as mensagens e não atendia as ligações. Após duas ou três tentativas, ela entendeu o recado. Ainda assim, a moça ficou sem entender. Sentia-se ingenuamente enganada. Em vão, ela procurava um motivo, uma explicação, uma resposta para tal comportamento. Medo? Insegurança? Muitos compromissos? Nada disso, ele simplesmente não estava mais interessado e desapareceu.

Minha amiga, como tantas outras mulheres, merecia simplesmente a hombridade de um adeus para colocar um ponto final. Lamentável... Consolei a minha amiga, pois sabia que esse comportamento é comum no universo das frágeis relações contemporâneas. Em tempos de relacionamentos líquidos, o respeito ao próximo também se evaporou.