sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Reflexões...




Algum tempo atrás eu parei de postar neste blog. Tantas coisas aconteceram nos últimos meses, que me faltou tempo ou inspiração para compartilhar fatos e reflexões instigantes (ou pelo menos algo que eu julgasse valer a pena ser escrito). Mas nos últimos dias minha mente voltou a se inquietar e meus dedos sentem falta de escrever.

Voltando de mais uma sessão de terapia, uma dezena de pensamentos rodopiavam na minha cabeça e confesso que senti uma certa angústia. O fato é que refletir sobre a vida não é um processo rápido e indolor. Muitas vezes exige ir fundo em coisas que preferíamos esquecer. De um lado, é muito mais fácil ir levando a vida sem pensar. A ignorância de si mesmo pode ser uma benção. Por outro lado, conhecer-se é também libertador. Por isso, eu decidi parar meu pequeno mundo e fazer minhas reflexões sobre a vida e as minhas escolhas.

Entre as pesadas expectivas dos outros e as que eu mesma me imponho, sinto que a vida se torna uma maratona sem tempo para descanso. É hora dessa sair da competição comigo mesma.
Talvez eu emagreça (talvez não).
Talvez eu conheça a Ásia e a Oceania (talvez não).
Talvez eu aprenda italiano (talvez não).
Talvez eu me torne uma pesquisadora reconhecida (talvez não).
Talvez eu compre uma CRV (talvez não).
Talvez eu deseje todas essas coisas (talvez não).

Acho que chega um momento em que é preciso sentar na margem do caminho, descansar e repensar as ações, as motivações, as decisões e a rota traçada. Estou vivendo esse momento depois de muitos quilômetros percorridos. É preciso conhecer-se para tomar uma decisão que alinha corpo, alma e coração com algo maior. Afinal, amar e respeitar a si mesmo é requisito para amar ao próximo.


sexta-feira, 10 de maio de 2013

Novos perfumes...

(Santa Maria, maio de 2013)

Eu sou apreciadora de perfumes. Gosto de combinar as fragrâncias com o meu humor. Alguns dias sou floral e no outro quero ser marcante e intensa. Em outros, eu prefiro passar quase desapercebida com notas leves e cítricas. Mas minha pele é também exigente. Nem todos os perfumes me caem bem. Os mais populares normalmente não combinam comigo. Preciso sentir na pele pra decidir...

Com o passar dos anos, eu montei minha pequena e modesta coleção de perfumes. Eles foram se aglomerando na prateleira, organizados por cores, notas e finalidades. Foi então que decidi acabar com todos os meus perfumes!!! Sim... Prometi a mim mesma não comprar novos perfumes até finalizar os antigos.

Talvez essa seja a minha forma de recomeçar. Virar a página. Acreditar no improvável. Renovar a fé. Nem sempre é fácil... A gente se apega à velha coleção de perfumes, aos sentimentos conhecidos e aos medos que parecem proteger. Entretanto, é hora do desapego e de trilhar novos caminhos...

Três frascos já estão vazios. Os demais já estão abaixo do meio. Aos poucos vejo os velhos perfumes serem terminados e cederem espaço para os novos.  Com um sorriso no rosto eu penso: "É hora de ter esperança no futuro e de abrir o coração, sem medo, para um grande amor."

http://www.youtube.com/watch?v=seZMOTGCDag 
"It's not always easy and sometimes life can be deceiving / I'll tell you one thing, it's always better when we're together" (Better Together, Jack Johnson)

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Ousadia sem elegância...

(Céu de Olinda, fevereiro de 2013)


O carnaval estava estampado no sorriso das pessoas, na pintura do ônibus lotado, nas fantasias, nas máscaras e por todos os lados da cidade. Os bonecões, as troças mistas, os bloquinhos e os foliões aglomeravam uma massa ávida por diversão. Da tradição dos maracatus do Recife Antigo às ladeiras de Olinda. Com a objetividade de uma pesquisadora treinada, eu observava tudo atentamente do alto da Praça da Sé ou da Torre Malakoff!

O caminho do carnaval pernambucado era colorido e alegre, mas também tortuoso e íngreme. Havia momentos em que os pés não tocavam o chão. O corpo era arrastado pela força dos blocos. Nessa multidão, as pessoas assumiam outra personalidade. Acho que talvez revelassem o que escondiam ao longo do ano pressionadas pelas normas e regras sociais. Na euforia carnavalesca, se permitiam trocar de gênero, criar personagens, buscar novas sensações, roubar beijos, etc.

É proibido proibir, afinal é carnaval. Nesse afã, muitos perdiam os medos, os critérios e a elegância. Mas quem se importava? A mocinha de roupa branca atacou o tímido rapaz indeciso. O pirata não se apresentava: beijava primeiro e conversava depois (quando conversava). Não interessava o nome, a idade ou a profissão. A abordagem era quase sempre rápida e ousada. No final do dia, tratava-se apenas de mais uma boca na contabilidade dos muitos beijos dados ou roubados.

Entre o caos de encontros, reencontros e desencontros, havia também histórias de amor no carnaval. Amores antigos se reencontravam no escuro das vielas. Casais que faziam do beijo despretencioso o primeiro passo. Amigos se reuniam ao som de um ritmo qualquer. Adultos, crianças e idosos invadiam as ruas com uma energia incomum.

Então, o carnaval termina. A fantasia é delicamente guardada. O corpo se recupera e surgem algumas cicatrizes da atividade intensa e inconsequente. As moças recolocam o salto e os rapazes retomam as estratégias de aproximação e sedução. Tudo volta ao normal (ou quase tudo)!

“Olinda! quero cantar a ti essa canção
Teus coqueirais, o teu sol, o teu mar
Faz vibrar meu coração, de amor a sonhar
Em Olinda sem igual
Salve o teu Carnaval!”
(Hino do Elefante, 1952)

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Mudança!


Eu gosto de mudar.
Me faz bem enorme e oxigena a minha vida...

Talvez por isso que eu precise viver em constante mudança!
De tempos em tempos, eu mudo o corte do cabelo.
Às vezes me cai bem, outras nem tanto. É apenas um teste, afinal o cabelo cresce...
Gosto de testar novos caminhos. Mais longos, mais curtos, mais bonitos! Pouco importa... a mesma rota é enfadonha. Eu preciso explorar novos trajetos para descobrir lugares desconhecidos.
Eu vejo filmes alternativos e pouco comentados. Leio livros de autores desconhecidos. Fotografo o improvável. Escuto bandas e cantores que não estão nas paradas de sucesso (e talvez nunca estejam, eu espero).
Também adoro testar novos restaurantes, novos vinhos, novos pratos!
Temperos, aromas e sabores diferentes me seduzem...
Aos melhores, me torno fiel. Aos de pouco impacto, se tornam mais um na lista.
A mudança faz parte de mim, apesar da desordem e do desiquilíbrio!
Quando a vida parece um lago tranquilo, agito minhas mãos na água.
As pequenas ondas geram movimento no meu barquinho e me impulsionam...
Em meio às caixas com meus objetos pessoais que se acumulam na sala do meu novo apartamento, eu me sinto exausta e feliz.
São nesses momentos caóticos que eu encontro a paz de mais um ciclo de mudanças que se inicia!