domingo, 12 de abril de 2015

Comprometida...

(Ravena, Itália, março de 2015)

“Só quando estou sozinha me sinto totalmente livre. Reencontro-me comigo mesma e isso é agradável e reparador. É certo que, por inércia, quanto menos só se está, mais difícil é ficá-lo. Mesmo assim, em uma sociedade que obriga a ser enormemente dependente do que é externo, os espaços de solidão representam a única possibilidade se fazer contato novamente consigo. É um movimento de contração necessário para recuperar o equilíbrio” 
(Mireia Darder)

Tudo o que eu preciso agora é de um forte comprometimento comigo mesma. Por isso, eu decidi que preciso ficar só por um tempo. Vou viver a dor e a delícia dos meus dias de solidão pelo tempo que me coração determinar. Sem histórias de sedução. Sem paixões avassaladoras. Sem amores mal resolvidos. Prefiro olhar o mesmo caminho por diferentes perspectivas. Respirar fundo e não ter a mesma pressa para viver.

Por enquanto, saboreio o prazer de sair sem hora para voltar, de seguir meus impulsos e mudar os planos do domingo. E então, ao final do dia, retornar para minha pequena e aconchegante casa vazia. Posso me permitir assistir um drama francês num sábado preguiçoso e apreciar uma taça de vinho com um parmesão italiano.

Entretanto, não foi sempre assim. Durante algum tempo, eu acreditei que para esquecer um amor antigo, nada melhor que novo amor. Me lancei com avidez em outros braços, na tentativa de amenizar o sofrimento no término de alguns relacionamentos. Como fui tola (ou imatura?). Não me permitindo sofrer, eu acabava por sofrer ainda mais. Acho que finalmente eu descobri que para curar um coração machucado, nada melhor que o tempo e a reflexão solitária.

No momento, o único compromisso que pretendo assumir é comigo mesma.