(Jardins do Alcazaba de Málaga)
A melhor forma de não se deixar abater é seguir a vida.... A apresentação da tese se aproxima e minha agenda começa a se encher de pequenos compromissos profissionais e familiares. Termina a minha fase de doutoranda e entra em campo a professora universitária. Logo após a defesa tenho aulas para preparar, trabalhos para corrigir, feedbacks aos alunos, viagens para algum lugar ermo do país para aplicar prova...
Essa estratégia de agenda lotada é excelente. Sem tempo para respirar, eu também não tenho tempo para pensar no final do doutorado, no retorno ao mundo real depois de anos na "terra do nunca" e nas incertezas que ainda vivo em relação a 2011. Por vezes, nada melhor que adotar a praticidade masculina. Não perder tempo remoendo pensamentos e decisões. Basta seguir a vida para que novas possibilidades surjam de maneira surpreendente. Prefiro pensar assim, ou melhor, não pensar.
Além dos compromissos profissionais, também começo a me sentir novamente um "ser social". Acho que o período de isolamento social durante 2010 foi a pior fase do meu doutorado. Teve um custo alto para as minhas emoções. Fiquei mais sensível e carente de manifestações de afeto, que não aconteciam (nem mesmo dos mais próximos). Parece que quando mais precisamos de amor, até quem mais amamos se nega a regar nossa alma de afeto. A solidão era desértica, mas passou.
Foram longos anos de estudos, mas ao final, me sinto uma profissional mais capacitada, mais madura, mais mulher. "E agora, José?" A defesa pública de tese se aproxima, o CV foi enviado para algumas universidades, me preparo para concursos... sigo a vida enquanto aguardo muita coisa boa em 2011!