sábado, 25 de junho de 2011

Poucas palavras...

(Lake District, UK, 2011)


Sou alguém de poucas palavras. Penso que as palavras voam como o vento às margens de um lago qualquer. Elas perdem a validade se não forem acompanhadas por atitudes. Por isso, eu sempre prefiro os fatos, os gestos, as ações. Mas não tente decifrar minhas atitudes com complexidade.  Meus gestos são simples, como o que sinto por você. Se te procuro, é porque te quero. Se me afasto, é porque também preciso me preservar.

És especial para mim. Entenda que a beleza do meu sentimento está na leveza e na simplicidade de pequenos gestos. Um afago inesperado. Um olhar cálido. Mãos macias deslizando na cintura. Não quero juras de amor eterno. Não quero planos de uma volta ao mundo. Não quero promessas que podem ser quebradas. Meu coração não obedece a planos, metas e cronogramas. Quero apenas viver um dia de cada vez e, sempre que for possível, estar ao teu lado.

Então, não fique triste com o meu silêncio. Apenas feche os olhos e me traga para perto de você. Não espero de você mais do que possa me dar. A vida é imprevisível. Não tente conduzi-la. Caminhe mais leve. Liberte-se. Deixe que nossos caminhos nos conduzam a novos encontros e reencontros. E mantenha esse sorriso largo para mim!

sábado, 18 de junho de 2011

Dèjá vu...

(Marseille, junho de 2011)

Enquanto o avião sobrevoava as águas azuis do mar mediterrâneo, eu pensava na última vez que havia pisado no solo francês. A exaustiva coleta de dados e as incertezas que pairavam na minha vida profissional haviam se dissipado. Trabalho feito, eu voltava às terras francesas em busca de parcerias e acordos internacionais para pesquisas futuras. Nas mãos eu carregava um novo cartão de visita e o mesmo sorriso no rosto. Me acompanhava essa sensação de "dèjá vu" ao pisar no solo "marseillais". Tudo era diferente, mas pouca coisa havia mudado.

Na casa de uma amiga, eu ainda me reconhecia em pequenos objetos espalhados pela casa - o tapete na sala, o copo de Hoegaarden, a torradeira e a televisão - parte da minha herança deixada em Marseille. A "soirée" com um pequeno grupo de amigos era um reencontro delicioso recheado de lembranças, gargalhadas e promessas de visitas futuras ao belo país tropical.

Eu voltei a alguns dos meus lugares preferidos e descobri outros novos para acrescentar a lista. Eu conhecia muito bem o caminho, mas não pude deixar de perceber as inúmeras mudanças no decorrer do trajeto. A cidade estava se transformado e eu também estava diferente, embora não consiguisse perceber a profundidade das mudanças que ocorreram em mim nos últimos meses. Meus dias em Marseille foram mais breves do que gostaria, mas estar de volta ao sul da França deixou o gosto leve e frutado do bom rosé que degustei assistindo ao pôr-do-sol... Amour de Provence! Um amor leve como um passáro... que corta os sete mares com um punhado de boas recordações e possibilidades futuras... Santé!!!

"Il faut être léger comme l´oiseau et non comme la plume" (Paul Valéry)