(Rebocador Laurindo Pitta, Baía de Guanabara, Brasil)
Os relacionamentos à distância são ferozmente criticados por muitas pessoas. Eu mesma já fui uma grande crítica desse tipo de relação e, por ironia do destino, precisei moder a minha língua. Como diria um amigo meu: "o coração deseja, o que o coração deseja." Quando nos apaixonamos decidimos desafiar até as leis da física. Tudo o que queremos é que dois corpos ocupem o mesmo lugar no espaço ao mesmo tempo.
Entretanto, nesse final de semana eu vi uma comédia romântica americana, de final bem previsível, que me fez pensar sobre a intimidade nos relacionamentos, sejam eles presenciais ou à distância. Afinal, a intimidade é um dos elementos centrais e mais deliciosos de qualquer relação. É uma delícia aprender a decodificar o olhar do outro, seja de desapontamento ou de euforia, seja de prazer ou de frustração. Intimidade é diálogo. É o prazer de uma longa conversa sobre tudo ou sobre nada. Intimidade é também silêncio. É compreender nas entrelinhas as "terceiras intenções" por trás de uma inocente afirmação.
Alguns acreditam que a rotina é fundamental para a construção da intimidade de um casal. De um lado, eu concordo que a rotina é importante para a relação, contudo duas pessoas podem compartilhar a mesma cama por muitos anos e continuarem "quase estranhos". Por outro, mesmo há milhares de quilômetros, acredito ser possível construir intimidade e incluir o outro no cotidiano. Em ambos os casos, é impossível ter intimidade sem compartilhar confidências, dificuldades, dilemas, alegrias e tristezas. Graças aos avanços tecnológicos, são muitas as ferramentas para isso: uma mensagem inesperada no meio do dia, uma rápida ligação telefônica ou uma longa conversa via skype. Todas essas pequenas ações inclusivas reforçam a confiança e a intimidade do casal separado "apenas" pela distância, mas unido por uma parceria muito mais profunda. Então, mesmo diante de questionamentos e das dúvidas que venham pairar sobre a relação, basta um breve encontro para reacender a certeza e a esperança de um dia compartilharem o mesmo porto.
O meu amor me deixou / Levou minha identidade / Não sei mais bem onde estou / Nem onde a realidade / Ah, se eu fosse marinheiro / Era eu quem tinha partido / Mas meu coração ligeiro / Não se teria partido
(Maresia, Adriana Calcanhoto)
Eu acho que não existem verdades absolutas, a verdade, Eu era um crítico do relacionamento a distância e sempre falava.. "amor de longe.. felizes os quatro", mas a realidade já me demonstrou que é possível. Muito tem a ver a afinidade tanto no pessoal como no profissional... LSQ
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