Caminhos de BH (novembro de 2014)
O tempo tem me ensinado a ser humilde diante da vida. A minha intensidade sempre me levou a fazer muitas coisas. Sentia um desespero por viver cada dia, cada momento, cada desejo. Queria conhecer uma centena de lugares. Participar de muitos projetos. Desenvolver novas metas. Me desafiar para alcançar objetivos mais elevados.
Nessa ânsia eu me atropelava e também levava comigo algumas pessoas queridas ao meu redor. Partia para uma nova lista de atividades, sem concluir antigas pendências. Tentava colocar embaixo do tapete meus sentimentos mal resolvidos para seguir em frente. Afinal, a vida precisava seguir, ainda que meu coração estivesse despedaçado.
Essa corrida sempre me deixava exausta. Enquanto a agenda se tornavam mais apertava, eu ia perdendo o prazer das pequenas coisas. Não tinha tempo para o pôr do sol ou para um cinema no meio da semana. Não conseguia responder todos os emails e retornar minhas ligações. A medida que crescia minhas responsabilidades e volume de compromissos, eu também sentia crescer a insatisfação.
Então eu tive que encarrar uma verdade... É preciso ser humilde diante da vida e conhecer meus limites. Por isso, eu estou tentando aprender a respeitar as limitadas horas do meu dia e os limitados dias da minha semana. Estou tentando reservar um tempo para o provável congestionamento nos deslocamentos na hora do rush. Confesso que ainda tenho pressa e, exatamente por esse motivo, preciso ir mais devagar!