(Londres, janeiro de 2015)
Apesar de tão familiarizada com o conceito, a aplicação nas
relações afetivas me causou um certo estranhamento. O conselho foi simples e
direto: “você precisa aprender a segmentar suas relações!” O objetivo do
atencioso amigo era me proteger. Assim, eu poderia definir as características
de quem eu deveria investir tempo e expectativa. Entretanto, será que isso é
possível? Será que eu conseguiria ser tão racional nas minhas relações?
Infelizmente (ou felizmente), eu não consigo aplicar o
conceito de segmentação de mercado nas minhas relações pessoais. Confesso que
já me dediquei à análise das relações humanas desenvolvendo categorias pelas
cores das unhas das mulheres e pelo comportamento masculino. Atualmente, eu
prefiro viver e me deixar surpreender.
Tenho amigos entre colegas de trabalho, vizinhos e alunos. Amigos de
todas as classes sociais, hábitos, credos e raças. Essas categorias se misturam. No
final, são apenas grandes amigos. Nas relações amorosas é muito mais complicado. Por vezes, forma-se um verdadeiro nó entre
passado, presente e futuro. O
ex-namorado pode se tornar um grande amigo. O amigo pode se tornar uma paixão inesperada.
Um encontro casual e despretensioso pode ser o início de um grande amor. Eu
gosto dessa surpreendente mistura, afinal amigos e amores são descobertos em
qualquer lugar e quando menos se espera.
Nenhum comentário:
Postar um comentário