quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Segmentação

(Londres, janeiro de 2015)

Segmentação de mercado é  um dos conceitos centrais do Marketing. Segmentar o mercado significa dividir em grupos com características semelhantes com base em alguns critérios. Esse é um dos primeiros passos no desenvolvimento da estratégia do negócio. Os administradores devem ter claro qual é o mercado-alvo da empresa e quais características esses potenciais clientes deve ter.

Apesar de tão familiarizada com o conceito, a aplicação nas relações afetivas me causou um certo estranhamento. O conselho foi simples e direto: “você precisa aprender a segmentar suas relações!” O objetivo do atencioso amigo era me proteger. Assim, eu poderia definir as características de quem eu deveria investir tempo e expectativa. Entretanto, será que isso é possível? Será que eu conseguiria ser tão racional nas minhas relações?

Infelizmente (ou felizmente), eu não consigo aplicar o conceito de segmentação de mercado nas minhas relações pessoais. Confesso que já me dediquei à análise das relações humanas desenvolvendo categorias pelas cores das unhas das mulheres e pelo comportamento masculino. Atualmente, eu prefiro viver e me deixar surpreender.


Tenho amigos entre colegas de trabalho, vizinhos e alunos. Amigos de todas as classes sociais, hábitos, credos e raças. Essas categorias se misturam. No final, são apenas grandes amigos. Nas relações amorosas é muito mais complicado.  Por vezes, forma-se um verdadeiro nó entre passado, presente e futuro.  O ex-namorado pode se tornar um grande amigo. O amigo pode se tornar uma paixão inesperada. Um encontro casual e despretensioso pode ser o início de um grande amor. Eu gosto dessa surpreendente mistura, afinal amigos e amores são descobertos em qualquer lugar e quando menos se espera.

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