Uma taça no fim do Túnel (outubro/2008)
Entre um café expresso e o jogo da França e Uruguai, eu conversava com um amigo sobre as minhas dificuldades em me concentrar "apenas" na tese. Diante da confissão dos meus anseios, ele me contou a sua experiência nesse processo.
- Pois é, eu te entendo bem. Eu deixei as atividades do doutorado pra "depois" e o "depois" nunca chegou... Sempre havia uma aula para preparar, meus filhos pequenos, o emprego que consegui logo que voltei dos Estados Unidos e o tempo passou... Acabei perdendo os prazos e um doutorado no exterior, depois de três anos morando fora e com alguns capítulos já redigidos.
Ele havia começado um doutorado nos Estados Unidos, no último ano decidiu voltar para o Brasil para escrever a tese. De volta ao país, foi deixando o doutorado pra depois, se perdeu nos prazos e nunca terminou.
Acreditem em mim, no mundo acadêmico isso acontece com mais frequência do que a gente imagina. Não é fácil administrar a "pseudo-liberdade" dos quatro anos de um doutorado. Principalmente nos dois últimos anos, nos quais estamos "livres" das disciplinas, aprovados na qualificação e com o projeto defendido. Somos "quase" doutores, basta coletar os dados e escrever a tese. Surge, então, o risco enorme de "deixar pra depois". E esse risco não correm apenas doutorandos, mestrandos e graduandos também podem sofrer do mesmo mal.
Os passos parecem simples: definir a questão de pesquisa, revisar a literatura, sintetizar e elaborar um modelo, propor um método de pesquisa, coletar e analisar os dados e, finalmente, ESCREVER... A gente sabe o que precisa fazer, mas o difícil é sentar e fazer! Por isso, sigo "viciada" nas minhas listinhas de atividades. Elas são a minha memória, me ajudam a não deixar pra depois aquelas tarefas do doutorado que eu tenho a tendência de adiar (e por vezes, adio).
Enfim, por vezes atrasada, por vezes adiantada, sigo de olho na minha meta pessoal de conclusão do curso... Alguns dias ela me parece "utópica", me estresso nessa busca, mas não posso correr o risco de "deixar pra depois"!
Primeiramente, acessei seu blog com curiosidade, pois nunca tinha acessado algum. Deparei-me com esta declaração/justificativa, em que deixamos de fazer o que deve ser feito, sempre o depois, permitindo-nos um prazo de carência. Simplesmente, esquecemos que a carência termina, e aí nos vemos apertados pelo tempo e pelos compromissos. Ao passo que lia seu comentário visualizava o que realmente acontece em nós, quando não focamos naquilo que queremos e que necessitamos. Parabéns em estar focada naquilo que queres e sem dúvida vais conseguir. Abraços e felicidades. Enio Pedroso.
ResponderExcluirefhp@terra.com.br
P.s. - Tb sou amante de vinhos, passa-me alguma informação, pois o único vinho bom que conheço é no copo
Oi, adorei essa lista de tarefas...não podemos ou não devemos nos perder no tempo. O nosso tempo, nem sempre condiz com o tempo do relógio! Abração!!! Daniel Engelmann
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