segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Contente...

(Nas alturas, janeiro de 2011)
Ao longo da vida, eu tive que aprender a viver contente nas mais variadas circunstâncias: na fatura ou na escassez; na multidão ou na solidão; no futuro certo ou nos momentos de incerteza; na alegria do reencontro ou na tristeza do adeus. A consciência da transitoriedade dos fatos da vida tem tornado minha existência mais leve e feliz. É preciso aceitar que coisas boas vem e vão o tempo todo. Sigo com um sorriso no rosto e tento manter as expectativas sob controle.


Entretanto, também preciso dizer que eu aprendi a viver contente, mas não conformada. Estou contente com essa nova fase da minha vida, o que não me impede de continuar querendo mais. Com um coração grato a Deus pelos sonhos realizados, sigo buscando alçar vôos mais altos. Afinal, parafraseando Ricardo Gondim, "não basta o existir, é preciso viver."

Insuficiências...
Ricardo Gondim.
Não basta o abraço, é preciso apertar o corpo.
Não basta o beijo, é preciso lambuzar o rosto.
Não basta o riso, é preciso comunicar alegria.
Não basta a companhia, é preciso criar sintonia.
Não basta o compromisso, é preciso persistir de mãos dadas.
Não basta a canção, é preciso inspirar o espírito.
Não basta o sono, é preciso não perceber noite passar.
Não basta o apetite, é preciso santificar o prato.
Não basta a oração, é preciso transcender no mistério.
Não basta o sexo, é preciso misturar as peles.
Não basta a luta, é preciso nobreza no ideal.
Não basta a sinceridade, é preciso fazer parceria com a verdade.
Não basta o existir, é preciso viver.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Na pressão...

(Em algum lugar da Salvador, janeiro de 2011)

Na pressão nada acontece! O tempo não passa. Os objetivos se tornam distantes. A gente corre e não alcança, então se cansa. Há que adoeça diante de uma forte pressão. Há quem tente fujir da pressão e seguir na direção oposta. Entretanto, em algumas situações, enfrentar a pressão se torna inevitável. O fato é que todos nós passamos por diversas fases de pressão ao longo da vida. Logo, comecei a me perguntar: o  que fazer diante das inevitáveis pressões da vida?

A resposta que encontrei com o passar do tempo e o acúmulo desnecessário de 'stress' foi: não fazer nada que esteja além ao meu alcance! Cansei de me pressionar demais em função dos prazos, objetivos e obrigações que outros (ou eu me mesma) me impõe. Diante de um deadline importante, eu tento, na medida do possível, não desaparecer da academia, não desmarcar o happy hour com os amigos e participar das comemorações em família. Tento...

Estou me esforçando. Por isso, eu costumo me lembrar da primeira regra que aprendi na Bahia: PACIÊNCIA. Confesso que nem sempre é possível. Mas nos momentos que cedo às pressões, me lembro da segunda regra: ESQUECER A PRIMEIRA. Já os franceses, quando pressionados, certamente diriam: Laissez faire, laissez aller, laissez passer.... 

Essas regras também podem ser valiosas na vida pessoal. É preciso deixar o veleiro seguir sua direção com a ajuda do vento. Não adianta brigar com a natureza, pois ela comanda a velocidade do barco. Basta, pacientemente, observar o movimento das marés e aguardar bons ventos. Sem pressa, sem pressão. Mesmo que uma sequência de fortes ondas nos derrubem ou agitem o barco. Manter a calma é essencial para tudo ficar bem, pelo menos interiormente. Afinal, seguir a vida tranquilamente faz bem para o corpo e para a alma.


"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos." (Fernando Pessoa)

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Pôr-do-sol...

(Pôr do sol no Porto da Barra, Salvador, Janeiro de 2011)

Era fim de tarde em Salvador. Enquanto eu dava meu primeiro mergulho nas águas baianas, eu contemplava o sol se aproximar lentamente para beijar o mar. O momento era mágico. Minha mente se esvaziou de todos os mil pensamentos que costumam saltitar na minha cabeça. Apenas sorri... eu estava na Bahia.

Então eu percebi o quanto estava feliz. Não me peça uma explicação. Eu  me sentia feliz simplesmente por estar ali admirando aquele espetáculo do sol, aplaudido pelo público na areia da praia. Uma dádiva de Deus que encheu meu coração de paz. A noite se aproximava e tudo se tornava mais claro dentro de mim.

Os aplausos ao pôr-do-sol ecoaram em mim uma verdade, por vezes, quase esquecida. Mais do que realizações profissionais e conquistas pessoais, a felicidade não pode ser perseguida a todo custo. Ela nos invade a qualquer momento e em qualquer lugar, basta mantermos a sensibilidade aos pequenos prazeres da vida para sermos mais felizes...


Mais feliz (Bebel Gilberto/Cazuza/Dé)
O nosso amor não vai parar de rolar
De fugir e seguir como um rio
Como uma pedra que divide o rio
Me diga coisas bonitas
O nosso amor não vai olhar para trás
Desencantar nem ser tema de livro
A vida inteira eu quis um verso simples
Pra transformar o que eu digo
Rimas fáceis, calafrios
Fura o dedo, faz um pacto comigo
Um segundo teu no meu
Por um segundo mais feliz

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Aniversário...

Fazer aniversário é uma delícia... Não falo apenas pela torta, doces e demais quitutes. Eu me refiro principalmente à gostosa sensação de fazer aniversário. A gente se sente querido, lembrado! Aos poucos... dezenas de recados e mensagens chegam para desejar muitas felicidades e "tudo de bom" na data tão querida. Fazer aniversário é receber ligações e pequenos minos de pessoas amadas de longe ou perto! Não tem jeito, fazer aniversário também aproxima.

Dia 8 de janeiro de 2011 eu completei (com muito orgulho).... 29 anos de idade. Sim, sou quase uma balzaquiana. Entre dias rosados e negros, eu cheguei até aqui e fico feliz ao iniciar uma nova idade. Lembro com saudades e carinho de alguns amigos do passado, reencontro os amigos do presente e outros tantos que atravessaram os anos ao meu  lado (e ainda assim me amam)! Por sinal, fazer aniversário é também rever a estrada com olhar nostálgico e reflexivo! Afinal, foram milhas e milhas percorridas.

Estou satisfeita com o meu caminho. Penso nos erros e acertos... nas vitórias e derrotas.... nas lágrimas derramadas e nas risadas escandalosas. Não se pode ter tudo e ninguém é perfeito. Pouco importa, eu cheguei até aqui e ainda tenho uma longa estrada pela frente. E você? Quer seguir comigo?

A estrada (Tom Garrido / Lazão / Da Gama / Bino)

Você não sabe
O quanto eu caminhei
Prá chegar até aqui
Percorri milhas e milhas
Antes de dormir
Eu nem cochilei
Os mais belos montes
Escalei
Nas noites escuras
De frio chorei, ei , ei...

A vida ensina
E o tempo traz o tom
Prá nascer uma canção
Com a fé do dia-a-dia
Encontro a solução
Encontro a solução...

Quando bate a saudade
Eu vou pro mar
Fecho os meus olhos
E sinto você chegar
Você, chegar...