segunda-feira, 4 de abril de 2011

Alvará de soltura?!

(Alguma fonte em Roma)

Acho que toda mulher tem um grupo de amigas que lhe é especialmente caro. Eu tenho as minhas. A rotina, os projetos pessoais, o destino profissional e, por vezes, o estado civil nos afastam, mas sempre que possível conseguimos um espaço na agenda para um reencontro. Nesse grupo de amigas, eu acredito que aprendemos a respeitar o momento de vida de cada uma. O sentimento está maduro. A relação não tem espaço para cobranças ou ressentimentos. Quando conseguimos um momento juntas, não desperdiçamos pensando no afastamento, mas na alegria de estarmos novamente reunidas.

Contudo, nessa crônica quero falar sobre os afastamentos decorrentes de namoros e casamentos. Como uma mulher quase-balzaquiana e solteira me acostumei ser interpretada como uma "má influência" para as amigas comprometidas, sobretudo pelos maridos e namorados inseguros. Para algumas dessas, o happy hour passar a ser denominado de "um cafezinho com a Aurora no final da tarde". Uma baladinha light? Nem pensar! O alvará de soltura vence cedo, normalmente por volta das 22 horas. Em casos extremos, elas abrem mão da amizade temporariamente. Em outros, omitem o reencontro "por acaso" na Cidade Baixa às 19 horas. 

De fato, as longas conversas podem ser ameaçadoras quando a relação não vai bem. Nos encontros femininos se trata de um pouco de tudo - recordações e novas histórias, cinema, moda, viagens e relacionamentos. Algumas amigas me acusam de ter me tornado muito exigente e eu concordo. Também confesso que "prefiro ser essa metamorfose ambulante". Ainda tenho muito a aprender e sigo me permitindo viver. Mas eu insisto: não dá para beijar qualquer sapo, nem manter uma relação só pelo medo da solidão. Depois de boas risadas e reflexões filosóficas, volto pra casa satisfeita... Algumas amigas se descobrem insatisfeitas. Dias depois, o facebook me avisa a alteração do status!

Satisfeito (Marisa Monte)
Você me deixou satisfeito
Nunca vi deixar alguém assim
Você me livrou do preconceito de partir
Agora me sinto feliz aqui
Quem foi que disse que é impossível ser feliz sozinho?
Vivo tranqüilo, a liberdade é quem me faz carinho
No meu caminho não tem pedras, nem espinhos
Eu durmo sereno e acordo com o canto dos passarinhos

Um comentário:

  1. Com certeza o Rolf não te acha má influência :) Saudade de ti. O nosso impedimento é mesmo o horário apertado,mas ainda quero te ver para tagarelar um pouco e tomar alguma coisa... café, tequila, vinho, cerveja, o que for (ops,quem é a má influência aqui?).Bjs!

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