terça-feira, 25 de outubro de 2011

Sensual?!

(Chatsworth House, setembro de 2011)

Um curso para desenvolver a sensualidade por apenas 30 reais!!! Não era uma oferta do peixe urbano, mas a oferta foi tentadora. Infelizmente eu tinha outro compromisso e não participei do evento. Entretanto, eu fiquei pensando no assunto (como sempre).

É possível ser tornar uma mulher sexy com um cursinho de final de semana? A sensualidade se aprende ou é intrínseca? Será que sou uma mulher sensual ou sigo aquela menina de pés descalços e cabelos assanhados? Cabe ressaltar que não trato aqui de vulgaridade ou adjetivos similares. A minha concepção de sensualidade não é um micro-vestido e um salto agulha. Sensualidade é muito mais que isso. Trata-se de uma expressão delicada e marcante que atrai a admiração e o desejo de outros.

Não tenho as respostas para minhas questões. Tudo que tenho são algumas desconfianças, fruto da minha mente criativa. Acho que uma mulher só se torna sensual conhecendo melhor a si mesma. É preciso ser autodidata nesse quesito e ter coragem para entender as mutações de corpo e alma ao longo da vida. É também uma questão de autoconfiança para um olhar mais profundo, um passo firme e gestos delicados. Na minha opinião, cada mulher descobre dentro de si uma sensualidade singular.

Mas quem sabe eu consigo participar do próximo cursinho de sensualidade da minha escola de dança. Afinal, uma ajudinha nessa auto-descoberta nunca é demais. ;-)

<< Garotos não resistem aos seus mistérios / Garotos nunca dizem não >> (Leoni)
http://www.youtube.com/watch?v=hFJljUyEJ3c

sábado, 15 de outubro de 2011

Sozinha...

(Epopéia Italiana, Bento Gonçalves, out 2010)

Confesso que já passei um tempo constrangida por ser uma "mulher sozinha". A pressão social é intensa. As pessoas partem do pressuposto que seria improvável uma quase balzaquiana, de boa aparência e algum nível cultural estar solteira. É comum, nas conversas sociais e profissionais, me atribuírem um "companheiro" imaginário. Essas atribuições ficaram ainda mais frequentes depois que voltei as minhas atividades profissionais após a conclusão do doutorado.

Por isso, nas primeiras vezes, eu me constrangia. Fazia questão de deixar claro que a minha solidão era uma opção. Afinal, já fui noiva duas vezes (ambas por pura teimosia). A primeira vez era muito jovem e achava que meu amor mudaria o mundo. Insisti por dois longos anos, até perder completamente as forças. Na segunda, mais experiente, me deixei levar pelas expectativas de terceiros e não respeitei meus próprios sentimentos. Naquele momento, eu achava que estar solteira era um problema a ser solucionado e decidi que iria me casar. Felizmente, percebi o erro que estava cometendo com uma decisão impulsiva. 

Entretanto, nos últimos meses eu comecei a me sentir mais confortável com meu estado civil. Agora percebo que as pessoas se constrangem por mim com o equívoco. No fundo, isso tudo me diverte. Gentilmente sorrio e esclareço o meu "status". Não, eu não me casei, não tenho filhos, nem sobrinhos. Guardo pra mim a certeza que meu coração sempre amou intensamente. Não sei amar de outra forma, nem sei jogar com a indiferença para conseguir o que desejo. Sou péssima em jogos de sedução, mas não posso reclamar. Carrego comigo marcas secretas de amores bem vividos e outros não correspondidos. Poucas pessoas conhecem os golpes profundos que já recebi. Também sei que fui responsável por algumas feridas mal cicatrizadas em pessoas que mereciam meu amor, infelizmente (ou felizmente) os sentimentos não obedecem a regras racionais. Como Fernando Sabino, tive que aprender a fazer da queda um passo de dança... e sigo dançando sozinha e feliz.

De tudo, ficaram três coisas: a certeza de que ele estava sempre começando, a certeza de que era preciso continuar e a certeza de que seria interrompido antes de terminar. Fazer a interrupção um caminho novo. Fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sono uma ponte, da procura um encontro.
(Fernando Sabino)

domingo, 9 de outubro de 2011

Amigos do ex...

(Tampere, Finlândia, setembro de 2011)

Circulando pelos bares porto-alegrenses é frequente o reencontro com velhos conhecidos, ex-colegas e amigos de diferentes fases da vida. Esses reencontros são sempre muito amistosos. Uma rápida atualização sobre os fatos mais recentes e a promessa de novos encontros. É bom rever pessoas queridas, involuntariamente afastadas pelas mudanças da vida.

O tempo passa. A rotina muda. Os laços se fragilizam. Segundo um amigo, que lamentava a minha mudança de emprego - "não existe relacionamento sem convívio!". Eu já tive minhas convicções a esse respeito e hoje só permanecem algumas dúvidas, mas isso é tema para outro post. Não posso negar que é um desafio se manter presente para superar a distância e/ou as diferenças nas agendas, sobretudo quando o relacionamento é baseado no trabalho ou em uma terceira parte. Perde-se o motivo e a amizade se torna uma opção, que nem sempre se consolida por diversas razões.

Uma situação que me intriga são os amigos de ex-namorados. Não tive muitos namorados, mas confesso que sinto saudades do convívio com alguns dos amigos deles. Em algumas situações, eles se sentem pressionados: "ou ela ou eu!" Para não haver conflito, respeitam o critério da antiguidade. Lamentável que tenham optado por escolher e não incluir. Afinidade não deveria respeitar critérios sociais e términos de namoros. Contudo, nos abraços e nos sorrisos desses reencontros aleatórios, é bom perceber que é possível recomeçar amizades apenas pausadas por um breve momento.