(Curitiba, novembro de 2011)
Enquanto eu aguardava o meu vôo para Porto Alegre, dei uma volta na livraria do aeroporto. Confesso que não esperava encontrar os clássicos da literatura brasileira, mas fiquei impressionada com a quantidade de títulos sobre relacionamentos, sobretudo aqueles que tratavam das expectativas dos homens no relacionamento. Eram muitas opções, algumas pouco criativas: O que os homens pensam? Por que os homens casam com mulheres poderosas? Como agarrar um marido? Como agradar seu homem na cama? etc, etc, etc. Os títulos eram os mais diversos sobre o mesmo assunto: afinal, o que os homens querem na relação? Sem dúvida, todos eram potenciais "best sellers" entre o público feminino. Mas por quê?
Por que nos tornamos tão independentes profissionalmente, mas excessivamente preocupadas em "agradar os homens"? Deixo claro que não estou falando que não devemos valorizar a relação, só acho que não devíamos viver em função dela. Percebo que muitas mulheres, na ânsia de agradar, esquecem de si. Buscam auxílio em livros com fórmulas mágicas e anulam a própria vontade. Algumas vezes, ocorre uma mutação da personalidade em nome da relação. Mudam a rotina, abandonam os hobbies, deletam os velhos amigos da agenda. Depois de uma cansativa jornada para agradar o outro, se descobrem desapontadas com tantas renúncias em nome de um amor que foi sufocado durante esse processo.
Por isso, eu me revolto com esse tipo de literatura de aeroporto. Não acredito em fórmula secreta e leio com total descrença as reportagens da Revista Nova. Acredito que gente só consegue fazer alguém feliz, sendo feliz. Pra mim, o amor não pode fazer parte de uma lista de coisas para fazer. Só consigo acreditar no amor espontâneo e com o doce gosto da liberdade de ser o que se é.
Eu quero uma mulher que seja independente, forte, feminina, carinhosa, inteligente, com bom humor, sincera, que sobretudo seja ela mesma... só isso. Há! Se for uma bela morena que goste vinhos e viajar melhor ainda...rs
ResponderExcluirBeijoss