Praia de Ipanema, Porto Alegre
Eu queria entender os segredos da complexidade da vida, mas
como sei que não é possível, eu me contento em tentar me entender melhor. A
vida é muito complexa ou é tão simples que não conseguimos entendê-la? Há tempos
tenho fugido de reflexões filosóficas como essa. Passei semanas e meses sem
escrever no blog para não me deparar com alguns sentimentos.
Minha esperança era de que, deixando de pensar, meus medos e
fantasmas me deixariam em paz. Assim, eu quase caí na tentação de colocar todos
os sentimentos mal resolvidos para debaixo do tapete. Bastaria o tempo para que
tudo se acertasse. Então, descobri que o tempo não bastava. As frustrações foram crescendo e já não havia mais espaço
debaixo do tapete. As pequenas mentiras ganharam grandes proporções. As noites
de insatisfação se tornaram tão longas, que eu já não conseguia dormir. Em meio
ao desencanto, minhas lágrimas secaram.
Foi assim que eu despertei. Criei coragem e comecei a varrer
para fora tantas coisas acumuladas. Olhei para dentro como uma criança aprendendo
a dormir em seu quarto escuro. Sentindo monstros à espreita, me mantive firme. Sei
que me esconder não vai adiantar, mas respeito o tempo que necessito para
organizar meus sentimentos confusos.
Com delicadeza, cuido dos fechos de esperanças de que nada
se perde! Tudo se transforma…
Tu
boca roja en la mía,
La
copa que gira en mi mano,
Y
mientras el vino caía
Supe
que de algún lejano
Rincón
de otra galaxia,
El
amor que me darías,
Transformado,
volvería
Un
día a darte las gracias.
…
Nada
es más simples,
No
hay otra norma:
Nada
se pierde,
Todo
se transforma.
(Jorge
Drexler)
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