terça-feira, 15 de setembro de 2015

Degustação...

(Porto Alegre, agosto de 2015)

Chega uma hora que as degustações de muitos vinhos já não têm o mesmo valor. Você sabe o que gosta, o que quer, o que deseja… No meu caso, um vinho aromático, complexo, encorpado, com um bom "bouquet" e um gosto persistente na boca. Aquele vinho marcante, difícil de esquece pelas notas de madeira amaciadas pelo tempo.

Eu posso estar em Porto Alegre ou em Seoul, minhas asas me levaram longe o suficiente para ter certeza da minha preferência. Devo confessar que descobrir o que eu realmente aprecio levou algum tempo. Foram anos de autoconhecimento e degustações, além de alguns meses de terapia.

O meu paladar foi sendo refinado com o tempo, com as viagens e com as experiências da vida. Foram várias rodadas com vinhos de diversas nacionalidades em diferentes países. Foram também diferentes "variedades" e estilos - espumantes, tintos e brancos; leves ou encorpados; apropriados para tardes de verão ou noites de inverno.

Devo dizer que a diversidade me ajudou muito a desenvolver um paladar mais aguçado. Apesar das 12 horas de fuso, eu sei o que desejo… Aguço minhas habilidades: visão, olfato, paladar. Minha mente e coração percorrem milhares de quilômetros. Eu trocaria um "Château Margaux" e toda a minha pequena adega por uma noite degustando aquele vinho encorpado, apetitoso nos lábios, descoberto numa noite despretensiosa em busca de um novo prazer para o paladar.

Pouco sei sobre o futuro, mas espero me embriagar muitas vezes com este vinho ao longo da vida. Não se trata de um vinho comum. Estou viciada em um vinho de safra especial, apreciado apenas por um paladar refinado. Então, eu desejo é que você também descubra o seu vinho, aquele que preencha a boca com complexidade e prazer.

Boa sorte!




terça-feira, 21 de julho de 2015

O mar levou...

(Céu da Praia da Pipa, julho de 2015)

De tempos em tempos é preciso pausar, desapegar-se dos caminhos conhecidos e deixar-se surpreender por uma nova paisagem. Então, nas minhas férias, eu decidi mergulhar em praias desconhecidas. Sem saber, ao certo, o que me aguardava.

Foi assim que, num desses mergulhos, o mar levou meus óculos. Por sinal, ele parecia destinado a não me pertencer. Desde janeiro, eles desapareceram muitas vezes, foram extraviados uma meia dúzia de vezes e eram encontrados em alguma gaveta dias depois. Gerava em mim a alegria de ter de volta algo que já considerava perdido. Foi assim até aquela onda mais forte tragar meus belos óculos. Entretanto, o mar não levou apenas meus óculos

O mar levou uma fase de dias nublados e noites frias.

Também levou o estresse da agenda apertada por três compromissos: praia, refeições e rede!

Depois de navegar por tantos mares turbulentos, o mar me levou para um mar calmo.

Depois de explorar tantos destinos, agora eu prefiro renovar as energias conhecendo cada detalhe da mesma praia. 

Acho que estou mudando. Tenho um bom número de cidades e praias visitadas. Agora, conhecer em profundidade me interessa mais do que conhecer com variedade.

As minhas férias (quase perfeitas) no Nordeste estão no fim. Agora começo a aguardar ansiosa o retorno para o meu porto ainda mais alegre.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Permissão...


(Mosaicos de Bolonha, março de 2015)

Ele não pediu permissão. Puxou a cadeira e sentou do meu lado. Percorreu minha história e escutou atentamente algumas confissões. Me compartilhou seus segredos.

Ele não pediu permissão. Me tirou para dançar e acertamos o compasso. Segurou firme na minha cintura e me fez flutuar.

Ele não pediu permissão. Circulamos pelas mesmas ruas e admiramos a mesma paisagem. Muitas coisas não precisaram ser ditas. As coincidências falaram por nós.

Ele não pediu permissão. Fez amizade com o porteiro e entrou na minha casa. Ocupou seu espaço na mesa e no meu guarda-roupa.

Ele não pediu permissão. Eu não resisti e me entreguei. Ele não hesitou. Tornou-se meu amigo, meu parceiro, meu amor.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Fim do luto...

(Porto Alegre, junho de 2015)

Algumas décadas atrás, quando se perdia alguém muito próximo, a família vestia luto por seis meses. Durante esse período, o guarda-roupa e o semblante mudavam. Não se comemorava as datas especiais. Tratava-se de um período de reclusão e tristeza. Foi assim que decidi manter meu luto por exatos seis meses. Um período de reflexão e de encarar a dor e a decepção de frente. Não foi fácil, mas era necessário. Só assim, eu poderia seguir em frente em paz comigo mesma.

Passados seis meses, dia 13 de junho de 2015, eu acordei diferente. No espelho, eu vi um brilho misterioso no meu olhar. Fiz as contas e conclui: Chegou o fim do meu luto! Ainda receosa, coloquei um vestido preto, mas tinha ares de chapeuzinho vermelho. Me lancei na floresta com capa, boca e unhas vermelhas, sem saber o que poderia achar.

Observei o salão ainda vazio. Entre princesas e super heróis, eu degustava uma bebida e olhava ao meu redor. Tudo me parecia tão estranho. Além disso, naquela noite fui especialmente corajosa: entrei sozinha na festa à fantasia. Decidi me misturar na multidão para não me tornar uma presa tão fácil. Assim, eu poderia me camuflar perto das pequenas rodas de amigos. Talvez passaria despercebida… Talvez.

A festa era eclética. Sertanejo, Forró, Pop Rock, Funk. Por vezes, eu fechava os olhos e me deixar levar pelo som da música. Por outras, eu sentia os esbarrões das pessoas que pediam passagem. Entre os desconhecidos que passavam despercebidos, eu decidi aceitar o convite para dançar a dois. Me lembrei de como é gostoso dividir uma dança com alguém e me deixar conduzir. "Moreno, me convidou para dançar um xote, beijou o meu cabelo, cheirou o meu cangote, fez meu corpo inteiro se arrepiar…" Um, dois. Um, dois. Um, dois.

Sim! Meu luto estava terminando com aquela dança. Eu via uma luz no fim do túnel. E minha luz tinha a cor da esperança…


quarta-feira, 6 de maio de 2015

Ciclos...


(Porto Alegre, abril de 2015)

Aqueles olhos mareados de lágrimas apertaram meu coração.
Um ciclo estava se encerrando e seria impossível não se emocionar com a proximidade do fim.
Ela sempre soube que estava de passagem.
Chegou ao Brasil com o coração aberto para aprender, mas não sabia o quanto iria ensinar também…
Trazia consigo uma alegria ao chegar, um olhar doce e uma leveza de espírito.
Ela poderia ter escolhido outra universidade, outra área, outro tema e teria sido orientada por qualquer outro professor.
De alguma forma, o universo conspirou e nossos caminhos se alinharam.
Coube a mim a tarefa de orienta-la na navegação pelos mares do mestrado acadêmico.
Então, navegamos juntas…
Uma aluna, uma orientanda, uma companheira de viagem e uma grande amiga.
Assim como ela, outros passaram (e ainda passarão) marcando os muitos ciclos da minha vida docente.
Nesse ciclo, eu vi o menino de Bagé se tornar mais forte e decidido.
Mostrei as pedras e tive que deixa-lo fazer suas escolhas.
Era meu dever ensinar que na vida acadêmica não procuramos o caminho mais fácil.
O fascínio de um bom pesquisador é encontrar respostas para as tantas dúvidas de uma mente inquieta.
O fim desse ciclo me lembra a triste beleza de ser professora.
A beleza que compartilhar com alguém meu limitado conhecimento...
A tristeza do vê-los partir ao final de cada ciclo…
Sinto uma grande satisfação e um orgulho quase materno por esse momento.
Disfarço meu olhar também mareado e penso comigo...
O fim de um ciclo indica a hora de recomeçar!

domingo, 12 de abril de 2015

Comprometida...

(Ravena, Itália, março de 2015)

“Só quando estou sozinha me sinto totalmente livre. Reencontro-me comigo mesma e isso é agradável e reparador. É certo que, por inércia, quanto menos só se está, mais difícil é ficá-lo. Mesmo assim, em uma sociedade que obriga a ser enormemente dependente do que é externo, os espaços de solidão representam a única possibilidade se fazer contato novamente consigo. É um movimento de contração necessário para recuperar o equilíbrio” 
(Mireia Darder)

Tudo o que eu preciso agora é de um forte comprometimento comigo mesma. Por isso, eu decidi que preciso ficar só por um tempo. Vou viver a dor e a delícia dos meus dias de solidão pelo tempo que me coração determinar. Sem histórias de sedução. Sem paixões avassaladoras. Sem amores mal resolvidos. Prefiro olhar o mesmo caminho por diferentes perspectivas. Respirar fundo e não ter a mesma pressa para viver.

Por enquanto, saboreio o prazer de sair sem hora para voltar, de seguir meus impulsos e mudar os planos do domingo. E então, ao final do dia, retornar para minha pequena e aconchegante casa vazia. Posso me permitir assistir um drama francês num sábado preguiçoso e apreciar uma taça de vinho com um parmesão italiano.

Entretanto, não foi sempre assim. Durante algum tempo, eu acreditei que para esquecer um amor antigo, nada melhor que novo amor. Me lancei com avidez em outros braços, na tentativa de amenizar o sofrimento no término de alguns relacionamentos. Como fui tola (ou imatura?). Não me permitindo sofrer, eu acabava por sofrer ainda mais. Acho que finalmente eu descobri que para curar um coração machucado, nada melhor que o tempo e a reflexão solitária.

No momento, o único compromisso que pretendo assumir é comigo mesma.

domingo, 1 de março de 2015

Aos viajantes...

Texto elaborado para discurso na colação de grau dos meus queridos afilhados, formandos em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 2014/2. 
Porto Alegre, 28 de fevereiro de 2015.

(Lisboa, fevereiro de 2015)

Como é a minha primeira vez, eu pensei muito no tema do meu discurso e decidi falar de uma das minhas especialidades: viagens! Não só porque eu adoro viajar, mas principalmente porque agora vocês iniciam uma nova viagem! Alguns estão mudando de cidade, outros estão mudando de país! Alguns vão mudar de casa, de emprego! Alguns decidiram correr risco de empreender, outros pela correia e glamour de uma vida executiva, alguns decidiram pelo concurso público, outros seguirão na EA como mestrandos... Seja qual for o destino, começa agora uma nova viagem.

Então meus queridos!!! Estão prontos?? Prontos para partir e para sentir saudades? Sim... acreditem em mim vocês sentirão saudades até do T7 lotado, do engarrafamento no centro, do SESC a cada hora, da falta de lugar para estacionar e daquele compromisso na rua Washington Luiz, 855.

Apesar da saudade dos amigos e da EA, é hora de explorar o desconhecido... Traçar uma nova rota e seguir!!! Agora vocês devem estar cheios de expectativas. Respirem fundo para planejar a viagem! Os mapas, GPS e Waze ajudam a encontrar o destino, mas nem sempre são totalmente confiáveis.

Mesmo que o navegador os engane, é fundamental seguir o instinto e aceitar os erros com bom humor. Afinal, o tempo e as condições podem mudar e a viagem mudar de destino. Eu descobri na minha última viagem que um overbooking em Londres pode dar direito a uma noite em um hotel cinco estrelas e que um roubo de carteira em Barcelona pode te obrigar a uma economia forçada, no final da viagem, o cartão de crédito agradeceu.

Lembrem-se que as tempestades são parte de qualquer jornada e nos tornam mais fortes. Depois de uma noite escura, pode vir um dia de sol. Depois de um dia nublado, quem sabe uma longa noite iluminada...

Na viagem também é importante saber preparar a mala e deixar coisas que já não são necessárias. Que talvez tenham sido muito importantes em algum momento da vida, mas chega a hora de se desapegar para abrir espaços para novas peças de roupas, oportunidades e possibilidades podem se abrir. Então, permitam-se nessa viagem.... Permitam-se conhecer novas pessoas, novas formas de pensar, novas culturas. Permitam-se correr o risco de percorrer novos caminhos.

Mas atenção, nesses caminhos não podem mais esperar por um guia... Agora não terão mais um professor. Vocês se tornarão guias do próprio caminho. Os testes serão mais severos, pois agora é a vida que irá aplicar. Eu tenho certeza que serão aprovados...

Nas viagens, muitas vezes nos sentimos desorientados e precisamos pedir informação. Na vida também vocês se sentirão perdidos. O que faço agora? Caso ou compro uma bicicleta? Por sinal, o facebook me contou que alguns vão casar! No meu caso, como vocês já sabem e acompanharam de perto, no momento, eu vou comprar a bicicleta. É mais barata, sustentável e vai me ajudar a perder peso! Mas outras dúvidas importantes podem surgir: Onde vou morar? Com quem vou morar? Devo trocar de emprego? Mudar de profissão? nesse momento, pode ser importante contar com o conselho de quem já passou pelo mesmo caminho e sobretudo seguir o coração, seus ideais, valores e convicções.

De tempos em tempos, lembrem da sua origem para que tenham um porto seguro: família, amigos, ruas conhecidas, roupas confortáveis. Até mesmo os mais aventureiros precisam de um porto seguro. Tão bom quanto partir para o desconhecido é saber que sempre é possível voltar.


Então, quero dizer aos acompanhantes desses viajantes que vocês foram fundamentais para que eles chegassem até aqui... Pais, avós, tios, maridos e esposas, primos, amigos, namorados e namoradas, amizades coloridas... Vocês são parte dessa conquista e nossos queridos formandos continuam precisando do apoio e do amor de vocês nos novos destinos que decidiram trilhar.

Por fim, meus queridos afilhados, saibam que eu tenho muito orgulho de cada um de vocês e um carinho enorme por essa turma que conquistou um pedaço do meu coração. Obrigada por terem feito parte da minha história. Por isso, não desapareçam! Apareçam para um café ou uma taça de vinho, ou pelo menos com um like no facebook. Eu estarei aqui...

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Lições...

(Aquário de Londres, fevereiro de 2015)

Finalmente pintei minhas unhas de vermelho. Depois de um mês com esmaltes transparentes, eu me senti preparada para um vermelho! Os últimos dias não foram fáceis para mim. Eu decidi encarar os meus fantasmas com amores perdidos e desencontrados. Foi preciso coragem para assumir meus erros e me perdoar pelas decisões impulsivas. Tive a sorte de conviver com pessoas maravilhosas, mas sem o encaixe necessário para uma parceria de vida. Então, decidi enterrar o passado no velho mundo e permitir que a vida siga.

Uma vez, deixei um pedaço do coração no norte da Inglaterra e levei anos para entender que havia criado uma ilusão sobre alguém que nunca existiu. Alguém que nunca me amou como eu merecia ser amada. É sempre doloroso encarar a indiferença e a falta de empatia de quem amamos. Por outro lado, o sentimento de liberdade traz uma paz indescritível. A paz que vem da falta de expectativas e do perdão. Primeira lição…

Depois vivi alguns desencontros. Pessoas certas no momento errado. Por vezes, não valorizei o precioso amor que desejavam me entregar. Machuquei pessoas especiais. Normalmente não escolhemos com critérios racionais por quem vamos nos apaixonar. Por sinal, eu tentei usar critérios quase científicos para "seleção" de um amor. Também não deu certo. Depois de um tempo e passada a mágoa, o que mais faltou no meu breve casamento foi paixão (de ambos os lados). Segunda lição…

Por fim, não se pode compartilhar a vida com alguém na expectativa de mudanças que, possivelmente, nunca acontecerão. As pessoas merecem ser amadas pelo que são. Se tentarmos mudá-las, não é amor e sim, manipulação. Mais uma lição…

No final desse mês na Europa, me sinto agradecida pelas lições aprendidas. Grata pelas pessoas que fizeram parte da minha vida e da minha história. É hora de seguir em frente. Por isso, chega de base transparente. Barcelona me aguarda com minhas unhas vermelhas.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Segmentação

(Londres, janeiro de 2015)

Segmentação de mercado é  um dos conceitos centrais do Marketing. Segmentar o mercado significa dividir em grupos com características semelhantes com base em alguns critérios. Esse é um dos primeiros passos no desenvolvimento da estratégia do negócio. Os administradores devem ter claro qual é o mercado-alvo da empresa e quais características esses potenciais clientes deve ter.

Apesar de tão familiarizada com o conceito, a aplicação nas relações afetivas me causou um certo estranhamento. O conselho foi simples e direto: “você precisa aprender a segmentar suas relações!” O objetivo do atencioso amigo era me proteger. Assim, eu poderia definir as características de quem eu deveria investir tempo e expectativa. Entretanto, será que isso é possível? Será que eu conseguiria ser tão racional nas minhas relações?

Infelizmente (ou felizmente), eu não consigo aplicar o conceito de segmentação de mercado nas minhas relações pessoais. Confesso que já me dediquei à análise das relações humanas desenvolvendo categorias pelas cores das unhas das mulheres e pelo comportamento masculino. Atualmente, eu prefiro viver e me deixar surpreender.


Tenho amigos entre colegas de trabalho, vizinhos e alunos. Amigos de todas as classes sociais, hábitos, credos e raças. Essas categorias se misturam. No final, são apenas grandes amigos. Nas relações amorosas é muito mais complicado.  Por vezes, forma-se um verdadeiro nó entre passado, presente e futuro.  O ex-namorado pode se tornar um grande amigo. O amigo pode se tornar uma paixão inesperada. Um encontro casual e despretensioso pode ser o início de um grande amor. Eu gosto dessa surpreendente mistura, afinal amigos e amores são descobertos em qualquer lugar e quando menos se espera.

sábado, 3 de janeiro de 2015

Esvaziando-se!

(Morro dos dois irmãos, Fernando de Noronha)

Um novo ano se inicia. Confesso que 2014 foi um dos anos mais intensos da minha vida. Realizei sonhos e amarguei frustrações. Vivi extremos entre picos de ansiedade e  de euforia. As dúvidas povoaram minha mente. Quase beijei a lona algumas vezes, mas decidi me levantar.

Num impulso desesperado, eu decidi mudar o jogo e aceitar com humildade o que não podia ser mudado. Então, eu iria mudar!

Na última semana do ano, eu decidi trocar as noites mal dormidas, por noites propositadamente acordada. Segui com meus planos de férias ao lado de amigos, que são quase parte da família, num estado que me sinto também em casa.

A primeira parte da viagem refletia um pouco do meu estado interior: uma manhã de chuva com o sol brilhando forte à tarde. Foram assim meus últimos dias de 2014. Uma mescla de gotas de chuva e lágrimas com raios de sol, boas gargalhadas, sabores deliciosos e sensações quase esquecidas.

Entre tantos mergulhos e ondas salgadas, eu decidi esvaziar o copo das expectativas e medos. Guardei no meu baú mais precioso somente as melhores lembranças. Me sinto mais leve e pronta para alçar vôo. Por enquanto, não quero ir muito longe. É tempo de arrumar a casa, refletir sobre os sentimentos e decisões, controlar meus impulsos, refazer a lista de prioridades e metas, desfazer as malas da viagem de férias e lavar a roupa. É tempo de esvaziar as gavetas para as coisas boas que me aguardam em 2015!!!