domingo, 3 de julho de 2011

Amiguinho...

(Médoc, Bordeaux, junho de 2011)

Eu sempre acreditei na amizade entre homem e mulher. Um amigo "homem" é muito importante na vida de uma mulher. Ele ajuda a simplificar o universo feminino repleto de elementos complexos, tais como: ciclos hormonais, necessidades múltiplas, inseguranças e temores de um futuro imprevisível. Nas crises existenciais, o amigo escuta silenciosamente (por sinal, uma habilidade masculina invejável) e, ao final, sintetiza sua opinião em breves palavras: "ele está te enrolando", "procure um outro emprego", "não pressiona que é pior" ou simplesmente "prefiro não opinar!". Se o amigo for "metrossexual", é melhor ainda. Ele se torna uma excelente companhia e uma opinião sincera nas compras e nas tentativas de um novo look.

Entretanto, também reconheço que sempre existe o risco da amizade despertar um outro tipo de interesse, sobretudo entre amigos heteros. O problema é quando esse interesse não é recíproco. Nessas situações, o papel de "amiguinho" da mulher que se está interessado passa a ser abominado pelos homens. O "amiguinho" é aquele cara sem risco e sem perigo. Uma vez que a amizade está bem consolidada, a evolução é complicada na cabeça feminina. Ela pensa: ele é um cara legal, inteligente, bem humorado, excelente companhia, mas não tem "química", é apenas um bom amigo.

Leoni já cantava: por que não eu? Não tenho a resposta para Leoni, nem para os amigos apaixonados pelas suas amigas. Paixão não se escolhe, nem se avalia por critérios racionais. Acontece... Depois disso, torça para ser correspondido e se não for, a única alternativa é dar tempo ao tempo tomando um taça de vinho tinto para aquecer as solitárias noites de inverno.

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Quando ela cai no sofá
So far away
Vinho à beça na cabeça
Eu que sei..
Quando ela insiste em beijar
Seu travesseiro
Eu me viro do avesso
Eu vou dizer aquelas coisas
Mas na hora esqueço...
Por que não eu?
Ah! Ah!
Por que não eu?...

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