terça-feira, 12 de julho de 2011

Estado Civil...

(Igreja São Pedro, Porto Alegre, julho de 2011)

Esse final de semana, enquanto aguardava a minha vez no cabelereiro, eu li uma reportagem numa revista feminina - “o facebook é o novo anel de compromisso”. Os relatos dessa nova percepção de comprometimento no mundo virtual eram divertidos. As relações contemporâneas estão cada vez mais complexas. Começo, fim e recomeço não ficam claramente delimitados. Pensando nisso, o facebook apresenta diversas opções de status – não declarado, solteiro(a), enrolado(a), em relacionadomento sério, etc, etc.

Para os mais discretos, não declarar o status é a melhor opção para preservar a intimidade. Os discretos também preferem não publicar as fotos e os fatos do cotidiano. Afinal, nem todos querem divulgar para toda a rede social o estado civil e a rotina diária. Para outros, o facebook tornou-se uma importante ferramenta de marketing nas relações virtuais. Estar solteiro(a) na rede significa estar disponível no mercado, seja em promoção ou “superfaturado(a)”. Quem está solteiro indica estar prospectanto... aberto(a) a possibilidades.

Quase por acaso, eu encontrei, no mesmo final de semana, uma amiga desapontada com sua vida sentimental no facebook. Ela estava saindo com um rapaz há algum tempo e acreditava que estavam juntos, mesmo sem a formalização familiar da relação. Contudo, o tempo passou e ele seguia “solteiro” na rede. Ela, por sua vez, havia optado pela discrição e não declarava seu status. Enquanto ela me relatava a situação, eu me lembrei da reportagem de capa da revista feminina e quase comecei a rir pela conscidência. Mas respeitei seus sentimentos e comecei a refletir.

Talvez ela estivesse esperando do rapaz mais do que ele podia lhe dar. Talvez manter-se solteiro no facebook foi a forma que ele encontrou de indicá-la o limite da relação. Talvez ele simplesmente não tivesse tido tempo de atualizar o status. Talvez ele não considerasse isso tão importante. Talvez gostasse dela, mas queria manter-se aberto às possibilidades naquele momento. Talvez... De qualquer forma, eu achei melhor não opiniar sobre suas intenções do moço em auto-declarar-se “solteiro”. Tinha minha opinião e a guardei para mim. Mas para o bem da minha amiga, eu dei um único breve conselho: esqueça o facebook e seja feliz!

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