Intimidade...

Foto: Fábio Reis

Dias, semanas, meses...

Aos poucos a gente ganha intimidade e vai deixando de lado as formalidades!

Íntimos... abrem a porta da geladeira sem pedir permissão, bebem no mesmo copo, dividem os talheres e o prato, contam segredos, compartilham fraquezas e relembram momentos que parecem distantes.

Os pensamentos escondidos passam a ser conhecidos apenas na sutileza dos olhares. Um levantar de sobrancelha ou um sorriso tímido no canto da boca dispensam as palavras. Os sentidos se aguçam entre os íntimos.

A intimidade é uma delícia. Sapatos confortáveis, pés descalços na areia, balanço de rede, brisa do mar, chimarrão no final da tarde e cafuné. A intimidade abre espaço para a liberdade, traz o aconchego nos dias de medo, torna próximo o distante.

O tempo passa, mas quando os íntimos se encontram... a sensação é de que o tempo não passou. Seguem o diálogo na mesma cadência da última vez. O cenário pode ser diferente, os íntimos talvez tenham mudado, mas a intimidade sempre os aproxima e os remete a uma continuidade serena e tranqüila.

A intimidade é também um caminho sem volta... e quem disse que eu quero voltar.

Minha relação com o tempo...

Minha relação com o tempo é sempre contraditória! Por vezes, quero que o tempo voe e ele insiste em não passar... Por vezes, quero que o tempo pare e ele insiste em voar... Sei que, na verdade, tudo depende de quão prazeirosa (ou enfadonha) é a atividade realizada!

O tempo não passa quando esperamos para encontrar as pessoas amamos. O tempo voa quando estamos com elas. É sempre breve o tempo ao lado dessas pessoas... Sempre fica um gosto de quero mais. Mas esse gosto chamado saudade, traz também a certeza de que foi bom e alimenta as expectativas de novos reencontros.

Agora estou no "quase" no fim do doutorado... o último ano. Mais do que nunca vivo essa contradição temporal. Quando penso em tudo o que preciso fazer nesse último ano, quero que o tempo congele. Mas também quero finalizar essa etapa da minha vida profissional. Então, por vezes, quero que o tempo voe. Alguns dias eu esqueço tudo isso, eu apenas sigo.

Mas acho que o doutorado é como um tipo de maratona. Afinal, são quatro anos de formação, depois de uma graduação e um mestrado. E como em qualquer maratona, os últimos cem metros sempre parecem mais longos. Em breve eu espero avistar a linha de chegada! Respiro fundo, penso nos obstáculos superados, nos novos desafios... e sigo correndo. Nem rápido, nem devagar... Eu sigo! Em tempo oportuno, eu chego lá.

Por enquanto... Chega de Saudade!!!

Eu sou brasileira...

Pôr do sol do Rio Guaíba (jan/2010)

Depois de 30 horas de viagem, eu piso novamente em solo gaúcho! Gosto muito do Rio Grande do Sul, mas eu não sou gaúcha... Confesso que sempre tive dificuldade de identificar a minha "naturalidade", pensando além da minha certidão de nascimento. Nasci em Curitiba (PR), mas não me sinto paranaense. Depois de uma rápida passada pelo São Luís (MA) aos seis meses, eu cresci no sul do Pará. Aos quatorze anos, depois de uma nova aventura pelo Brasil - Barreiras (BA), Porto Velho (RO), Brasília (DF) - cheguei ao Rio Grande do Sul. No começo, os gaúchos achavam engraçado meu carregado sotaque pelas influências do Norte e Nordeste. Aos poucos, meu sotaque mudou e hoje eu passo desapercebida como gaúcha pelas ruas de Porto Alegre.

Minhas preferências gastronômicas também revelam essa mistura de estados brasileiros na diversidade do meu paladar. Açaí, carne assada de panela, vatapá, moqueca, churrasco, peixe na brasa, carne de sol, farinha de pubá, pamonha, pão de queijo, risoto de camarão, polenta frita com frango a passarinho... A lista é longa!

Acho que também não sei identificar minha raça. Minha família materna é de origem portuguesa e negra. Minha família paterna é de origem italiana e alemã. Pele morena-clara, cabelos cacheados e olhos castanhos. Mas é bem verdade que eu adoro a minha miscigenação! Esse sangue inter-racial que corre nas minhas veias. Não, eu não posso dizer que sou branca ou negra. Não posso dizer que sou paranaense, nem paraense.

Eu prefiro dizer apenas que sou BRASILEIRA!

Eu não prometo!

Ano novo... Vida nova! Quantas vezes não ouvimos essa expressão?

De fato, o início de um novo ano nos desafia a mudar de vida: abandonar os maus hábitos, desenvolver uma nova rotina, buscar sonhos esquecidos e formular novos planos e objetivos de vida. O início de um novo ano é um caderno em branco que aguarda ansioso as nossas palavras! Nesse momento, as pessoas se enchem de promessas, normalmente abandonadas e esquecidas após o final do primeiro mês do novo ano... quando o novo já se torna velho! :-)

Por isso, em 2010 eu não prometo nada...

Não prometo perder aqueles quilinhos a mais, eu quero apenas me alimentar melhor!

Não prometo entrar numa academia, eu quero apenas ser mais ativa e saudável!

Não prometo acordar mais cedo, eu quero apenas realizar minha lista de atividades da semana!

Não prometo um amor eterno, eu quero apenas um amor intenso, eterno enquanto dure!

Eu não te prometo nada... Mas eu quero tudo!

Que venha 2010!!!

"Bendito quem inventou o belo truque do calendário, pois o bom da segunda-feira, do 1º dia do mês e de cada ano novo é que nos dão a impressão de que a vida não continua, mas apenas recomeça..." (Mário Quintana)