sexta-feira, 13 de abril de 2012

Pé do ouvido...

(Brique da Redenção, março de 2012)

O táxi não chega, a correspondência atrasa, o vôo precisa ser cancelado, as regras do jogo mudam, a maré fica perigosa, eu me adianto e perco o timing. Não importa o motivo! Esses desencontros da vida me levaram a crer na força do destino. Em tais circunstâncias, eu já não insisto, nem aceito com completa resignação. Tento ser sensível aos sinais do ambiente. Então, o melhor a fazer é: "Laissez faire. Laissez passer. Laissez aller."

Por isso, quando tudo parece dar errado, eu prefiro segurar a onda e tirar meu time de campo.  Silenciosamente, eu me protejo atrás da trincheira. Guardo as armas e me preparo para um novo ataque em momento oportuno.

Sempre acreditei que nós somos responsáveis pelas nossas escolhas e que, de alguma forma, moldamos parte do nosso destino. Com o passar dos anos, passei também a reconhecer como a vida é "caótica". Afinal, o bater de asas de uma borboleta pode provocar um tufão do outro lado do mundo. Em tempos de caos, prefiro não arriscar e mantenho as minhas asas recolhidas. Descobri que não adianta gritar por atenção, aguardo pacientemente o momento de sussurrar ao pé do teu ouvido.

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