domingo, 8 de agosto de 2010

Palavras e Números...


Nos últimos dias eu troquei as palavras pelos números! Mergulhei de cabeça no mundo da estatística para analisar os dados quantitativos da minha tese... Depois de alguns anos sem desenvolver estudos dessa natureza, a tese também me trouxe mais esse desafio. Acho que já me acostumei ao sentimento de ignorância diante de um novo campo de conhecimento. Parafraseando Sócrates, "só sei que nada sei..." Vivencie esse sentimento inúmeras vezes ao longo do doutorado. Quando ingressei no fascinante mundo do vinho, diante a diversidade de teorias sobre internacionalização e clusters, nas primeiras entrevistas na França. No quarto ano, quando eu finalmente comecei a me sentir "confortável" com meu tema de pesquisa, o desafio da estatística se colocou diante de mim. A vida sempre nos apresenta a oportunidade de aprender algo novo.

Então, eu que não fujo dos desafios, enfrentei os números. Médias, modas, medianas, variâncias e correlações, teste T, ANOVA, MANOVA, Análise Fatorial, Regressão Linear Múltipla. Mas depois de uma longa coleta de dados e de profundos estudos sobre estatística multivada, eu descobri com o teste de Kolmogorov-Smirnov (ou simplesmente K-S) que os meus dados não tem um "comportamento normal"... e não tem terapia que dê jeito. Nesse caso, o caminho mais coerente são os testes não-paramétricos. Depois de semanas estudando os testes paramétricos, o que fazer? Sem desespero. Novamente penso comigo mesma, "só sei que nada sei!"

Afinal, não posso mudar os números. A simplicidade da estatística não aceita meio termo: é sim ou não! Não deve existir espaço para "talvez". O cálculo pode ser complexo, mas resultado é simples, basta saber interpreta-lo. Para alguns pesquisadores, abordagens qualitativas e quantitativas são antagônicas. De um lado, a riqueza da subjetividade das opiniões expressas nas palavras dos entrevistados, dos documentos e na percepeção das observações. Por outro, a objetividade dos números que, por vezes, poderá ser generalizada para uma população inteira. Mas acho que não é bem assim. Podem me chamar de indecisa, mas eu sigo com os dois. Palavras e Números... Números e Palavras.... Na minha tese, serão complementares. Ambos me ajudarão a atingir os objetivos da minha pesquisa. Se a estatística faz os números falarem, as palavras dos entrevistados também são importantes (e muito) na interpretação dos meus resultados.

Só sei que nada sei... Esse tem sido o gelado caminho que percorro rumo à conclusão do meu doutorado! Apesar da neve e das baixas temperaturas do inverno gaúcho... Sigo construindo meu caminho a cada passo.

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